terça-feira, 30 de setembro de 2008

RSI perdoa bêbados e apoia idosos...

Carlos César assumiu na sua entrevista à RTP-Açores que o Rendimento Mínimo de Inserção já não está a ser utilizado apenas para a dita inserção, mas apenas como manutenção. Ao que parece, uma boa parte dos beneficiários são idosos que nunca serão inseridos pois a idade não perdoa. E chegou mesmo a referir que o RSI, nesses casos, destina-se a compensar pelas baixas reformas que existem.
Não deixa de ser uma análise curiosa que diz muito da forma como isto tudo é gerido. E sob pena de se ficar marcado pela velha história dos copos meio cheios ou meio vazios, será o facto de 48% dos 17 mil beneficiários serem adultos, em idade de trabalho, bom ou mau? E quando César assumiu saber que parte dos beneficiários são alcoólicos, que gastam o dinheiro do RSI na tasca, mas que mesmo assim não lhes corta para não fazer mal ao resto da família, é estratégia boa ou má? Fiquem os ditos descansados que nada vai mudar, pareceu César garantir! E pensar que ao longo de 10 anos houve uma redução de 3 mil beneficiários, será lógico pensar em falhanço (uma redução de 18% em 10 anos dá qualquer coisa como 1,8% ao ano…) ou em vitória?
Para o MPT, o conceito do RSI é positivo, mas a sua aplicação é medíocre porque falha no mais importante: não está a dotar as pessoas que precisam de um meio de produção. Está-se a assistir à situação clássica de dar peixe mas não ensinar a pescar… A solução, quanto a nós, passa por dotar essas famílias de um terreno, a título de empréstimo, através do qual extraíssem, com o seu trabalho e orgulho, o complemento de que precisam.
Assim, ficamos na mesma – e isso só pode ser grave!

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