terça-feira, 7 de outubro de 2008

Partido da Terra solidário com a Associação Alternativa


A Associação Alternativa está em risco de perder parte importante do seu projecto de reinserção social de antigos toxicodependentes, que trabalham no sector da recolha dos lixos. A mais recente moda de converter a recolha e tratamento de lixos apenas como uma actividade comercial, poderá estar a condenar o volume de trabalho da empresa “Ilha Limpa”, comprometendo assim boa parte da estratégia de reinserção daquela associação.
Manuel Moniz e Pedro Monteiro estiveram hoje reunidos com Emanuel Pacheco na sede da Alternativa, onde ouviram e registaram as preocupações legítimas daquela associação, que o MPT considera um modelo que devia ser seguido ao nível da reinserção de toxicodependentes.
A associação refere que recebe cada vez mais jovens à procura de serem reinseridos e refere como preocupante o facto de serem cada vez mais jovens e com menos capacidades profissionais ou até literárias. Para o MPT, trata-se de um retrato da evolução da toxicodependência na Região, que começa a fazer vítimas cada vez mais cedo.
O MPT aproveitou o encontro para oferecer à Alternativa dois modelos de sacos em pano que pretende venham a substituir os sacos de plástico nos super e hipermercados. “Não é só uma questão de legislação, é preciso que as pessoas se sintam motivadas e parte de um projecto mais global de protecção do Ambiente”, aceitando a sugestão de Emanuel Pacheco que os sacos deveriam ser manufacturados nas próprias ilhas.
Várias ineficácias do Rendimento Mínimo e das estratégias de Prevenção da toxicodependência foram abordadas na reunião, fazendo o MPT confirmar o que tem vindo a afirmar: “é fundamental rever boa parte da execução das políticas em curso neste momento nos Açores, que, partindo de boas ideias, não têm tido uma aplicação eficaz”.
Em relação à recolha dos lixos, o MPT voltou a defender que o modelo que o Governo pretende é errado e que a recolha, selecção e tratamento devem ser responsabilidades locais, devendo seguir-se o caminho da redução de resíduos e da sua reutilização. Para o MPT, a recolha de resíduos, tal como está feita, “é mais uma nódoa no Ambiente, das muitas que infelizmente os Açores têm”.
O MPT reafirmou a sua solidariedade para com o projecto da Alternativa e garantiu o seu apoio à visão que actividades como o tratamento dos lixos deveria ter uma componente menos economicista e mais plural. “O envolvimento dos toxicodependentes neste tipo de trabalho é uma mais-valia muito superior para a sociedade do que a mera gestão comercial dos lixos”.

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