sábado, 11 de outubro de 2008

MPT quer erradicar a Diabetes

Os Açores têm neste momento uma das piores coberturas de saúde da Europa. Para se ter uma ideia da situação actual, os açorianos têm cerca de 3 vezes menos consultas médicas por ano que os seus concidadãos nacionais e têm uma esperança média de vida inferior em 3 anos em relação os restantes cidadãos portugueses.

Enquanto que em outras partes do mundo os médicos já estão a fazer o mapeamento genético da população para se conhecer a propensão para certas doenças – e poder evitá-las antes mesmo delas aparecerem – há cerca de 80 mil de açorianos que nem têm médico de família. Durante anos os Governos Regionais têm anunciado que vão buscar médicos ao estrangeiro mas na realidade nunca conseguiram resolver este défice. Temos, no entanto, dois grandes desafios pela frente: dar imediatamente uma cobertura médica a toda a população ao nível familiar e encontrar uma estratégia que permita a duplicação de médicos nos próximos anos.

Um dos efeitos da distorção existente é que os Açores têm o dobro da média de camas de hospital por 100 mil habitantes que existe em Portugal, mas a sua taxa de ocupação é sensivelmente igual. Ou seja, os açorianos passam tempo a mais doentes e acamados nos hospitais.

Por outro lado, o MPT aposta fortemente na implementação de Planos de Acção concretos, que definam objectivos claros para a resolução dos muitos problemas que existem, nomeadamente no caso da Diabetes. Essa doença atinge proporções quase catastróficas nos Açores.

São as seguintes as propostas do MPT:

RECUPERAR A MEDICINA PREVENTIVA FAMILIAR Alterar o modelo do médico de família através da constituição de equipas de enfermeiros coordenadas por médicos de clínica geral. Cada equipa, constituída em média por cinco enfermeiros, agirá sobre áreas geográficas predefinidas, fazendo o astreio de doenças e situações de risco, e elaborando fichas de saúde de cada utente. Cada equipa terá equipamentos suficientes para recolha de sangue para análises.

AUMENTAR O NÚMERO DE MÉDICOS Os Açores necessitam de duplicar o número de médicos actual para garantir uma cobertura médica ao nível dos padrões nacionais. Mas precisamos acima de tudo mais médicos nascidos nos Açores e sobretudo mais médicos de vocação. Os actuais apoios oficiais apenas ajudam os estudantes que já conseguem ter acesso aos cursos de medicina – não são destinados a atrair novos jovens para esses cursos. A partir do 9º ano de escolaridade, em que serão realizados testes de aptidão pedagógica, na sequência da identificação de vocações para a medicina a Região garante que cada aluno nessa situação receberá gratuitamente formação de Médico se assim o desejar. Essa formação será ministrada fora de Portugal, através
de protocolos a realizar com universidades de renome.

COMBATER A DIABETES O problema da Diabetes nos Açores atinge níveis de flagelo. Propomo-nos realizar um plano de combate à Diabetes que vise reduzir a sua incidência na população para níveis mínimos. Os rastreios realizados pela medicina preventiva junto da população permitirão estabelecer os riscos da doença nas populações mais jovens e atacar o problema desde cedo. Em relação a outras populações de risco serão aplicadas acções de informação sobre comportamentos perigosos. Para as pessoas que já tenham a doença, será disponibilizada a mais moderna tecnologia de compensação - de forma gratuita para os cidadãos de menores recursos e/ou através de comparticipações de acordo com os rendimentos de cada paciente.

DENTES SÃOS PARA TODOS Os problemas de dentição na população açoriana poderão ser resolvidos no espaço de uma geração, através da sensibilização sobre comportamentos de risco e da prestação de cuidados médicos preventivos. A oferta em número de médicos dentistas e respectivo equipamento deverá duplicar no espaço de 2 anos, recorrendo-se à contratação externa. As consultas médicas serão obrigatórias duas vezes por ano a toda a população estudantil.

FICHAS PESSOAIS DE SAÚDE Mediante acordo prévio, será criada uma base de dados de saúde onde os cidadãos terão uma ficha clínica, através da qual o médico terá acesso ao historial clínico dos pacientes, tipo de sangue ou alergias conhecidas. Em caso de acidente grave com recurso à Urgência os hospitais terão acesso a esses dados de forma automática. Para outras situações, o utente digitará a sua password pessoal que é renovada automaticamente depois de cada consulta aos dados. A Região garantirá a total confidencialidade desses dados mas poderá utilizá-los de forma estatística na definição de estratégias de saúde.

Sem comentários: